Esses são alguns dos trabalhos realizados pela Cooperacre, que dão vida para a nossa missão de promover o desenvolvimento sustentável e dar dignidade para nossos cooperados e associados. Confira!
Borracha Sustentável – Parceria Cooperacre e VEJA
A Cooperacre, em uma parceria com a empresa V. Fair Trade Comércio e Exportação de Calçados e Acessórios (VEJA), realiza o desenvolvimento da cadeia produtiva da borracha sustentável, proveniente de seringais nativos da Amazônia.
“A Cooperacre é um ponto chave para a cadeia, pois sem ela não conseguimos atingir as famílias produtoras. Quem organiza toda a logística de ir até o pequeno cooperado, toda a parte fiscal, pagamentos dessas pessoas, é a Cooperacre. Hoje nós temos mais de 1900 famílias que trabalham conosco através da Cooperacre, somos grandes parceiros”, explica François-Ghislain Morillion, co-fundador da Vert Shoes (VEJA).
A borracha é uma matéria-prima natural que é extraída do látex, uma seiva leitosa que sai da casca da seringueira, uma árvore nativa da Amazônia. A seringueira é uma planta que se adapta bem ao clima e ao solo da região, e que tem um papel importante na manutenção do equilíbrio ecológico da floresta.
Os responsáveis pela extração do látex são os seringueiros, trabalhadores rurais que vivem em comunidades tradicionais na Amazônia e que dependem dessa atividade para sua subsistência. Os seringueiros fazem um corte na casca da árvore e coletam o látex em recipientes. Depois, eles levam o látex para as cooperativas filiadas e parceiras da Cooperacre, onde ele é transformado em Cernambi Virgem Prensado (CVP) – borracha semi processada, um produto que vai direto para a indústria de processamento em Sena Madureira, onde é transformado no Granulado Escuro Brasileiro (GEB), utilizado na produção da sola dos calçados da VEJA.
Por meio desta parceria, a VEJA paga um preço justo pela borracha nativa, tendo o valor final pago por quilo da produção cinco vezes maior que o preço de mercado, composto por produto + serviço ambiental. Além disso, a VEJA oferece um bônus de qualidade e de serviços socioambientais (PSSA), que é pago aos seringueiros por preservarem a floresta e cumprirem critérios sociais e ambientais.
“Para nós é muito gratificante ver a evolução desse trabalho com a borracha, pois quando a empresa iniciou no passo a passo, com uma associação, eram 40 famílias apenas. Hoje, com esse trabalho de expansão em 5 estados da Amazônia Legal, atendemos 1.928 famílias. Em 2007, quando firmamos nossa primeira parceria, pedimos cinco toneladas para nossa primeira cooperativa parceira. Hoje, já com a Cooperacre, na nossa última safra, foram mais de 650 toneladas. Isso mostra o crescimento que temos conseguido ganhar escala com essa produção sustentável de borracha na Amazônia”, afirma Sebastião dos Santos Pereira, coordenador da Cadeia Produtiva da Borracha na VEJA.
“Pra floresta permanecer em pé, o seringueiro precisa ser reconhecido. Ele não faz só o trabalho de coleta do látex, ele também faz o trabalho de conservação da floresta!”
José D’Araújo – Presidente da Cooperacre
A Cooperacre e o Fundo Amazônia: uma parceria pela sustentabilidade
Como a Cooperacre consegue aliar produção e preservação? Uma das respostas está na parceria com o Fundo Amazônia, um mecanismo financeiro criado em 2008 pelo governo brasileiro para captar doações para ações de prevenção, monitoramento e combate ao desmatamento e de promoção da conservação e do uso sustentável da Amazônia Legal.
O Fundo Amazônia apoia projetos não reembolsáveis nas áreas de gestão de florestas públicas e áreas protegidas, manejo florestal sustentável, atividades econômicas desenvolvidas a partir do uso sustentável da floresta, ordenamento territorial e regularização fundiária, monitoramento e controle ambiental, recuperação de áreas desmatadas e desenvolvimento científico e tecnológico.
Um desses projetos é o “Fortalecendo a Economia de Base Florestal Sustentável”, uma iniciativa concluída em 2019 que foi apoiada pelo Fundo Amazônia com um valor total de R$ 4.981.614,66. O projeto beneficiou pequenos proprietários rurais familiares e extrativistas em 14 municípios das regiões administrativas do Alto Acre, Baixo Acre e Purus.
O projeto teve como principais resultados:
– A recuperação de 516 hectares de áreas degradadas e/ou alteradas localizadas em pequenas propriedades ou posses rurais familiares, por meio do plantio de espécies nativas e frutíferas;
– A otimização da logística de armazenamento de castanha-do-brasil e do transporte de frutas, por meio da construção ou reforma de 30 galpões comunitários;
– A melhoria do processo de beneficiamento da castanha-do-brasil, por meio da implantação ou ampliação de cinco indústrias;
– A agregação de valor e diversificação dos produtos da castanha-do-brasil, por meio da produção de farinha, óleo e sabonete;
– A melhoria da estratégia de comercialização dos produtos da castanha-do-brasil e das polpas de frutas, por meio da participação em feiras e eventos nacionais e internacionais;
– A capacitação da rede de filiados da Cooperacre em temas como gestão cooperativa, boas práticas de manejo florestal e beneficiamento da castanha-do-brasil, certificação orgânica, educação ambiental e gênero.
Com essas ações, o projeto contribuiu para o aumento da renda dos cooperados, a geração de empregos diretos e indiretos, a redução do desmatamento e das queimadas, a conservação da biodiversidade e dos serviços ecossistêmicos, a valorização da cultura local e o fortalecimento da organização social dos produtores rurais familiares e extrativistas do Acre.
O Fundo Amazônia apoia projetos não reembolsáveis nas áreas de gestão de florestas públicas e áreas protegidas, manejo florestal sustentável, atividades econômicas desenvolvidas a partir do uso sustentável da floresta, ordenamento territorial e regularização fundiária, monitoramento e controle ambiental, recuperação de áreas desmatadas e desenvolvimento científico e tecnológico.